domingo, 23 de setembro de 2007

Depoimentos sobre o espetáculo


Trechos da conversa realizada após a apresentação do espetáculo dia 24/4/2006 no Centro Cultural Evolução no Centro de Campinas


“Ela é uma mulher lá do meu bairro. Você tem uma coragem muito grande de tratar desse problema, e você foi muito feliz, eu tô gelada até agora... eu tô assim em êxtase... porque são coisas que muitas eu vezes vou falar das mulheres eu não consigo expressar da maneira que você expressou tão bem!”

Denise – Profissional do Sexo e Travesti do Jardim Itatinga

“O que me chamou a atenção é que cada história é uma, é singular, a gente não pode cair na armadilha de fixar uma identidade, um perfil: a prostituta é assim. São pessoas. A delicadeza que você teve de tratar dessa maneira, sem julgamento moral... e esteticamente no palco é muito bonito, simples, é fácil de montar em vários espaços. E ele tem também um efeito impactante, que mexe com os nossos repertórios.”

Adriane Pianowski – Programa Municipal de DST/AIDS de Campinas


Trechos da conversa no Itatinga dia 10/08/2007 com garotas que assistiram o espetáculo na I Semana de Visibilidade da Profissional do Sexo


“Mexeu muito com o ego da gente... porque a gente tá aqui e é claro que as pessoas lá fora acham que aqui a vida é fácil, mas na verdade não tem nada de fácil... então a peça mostra muito isso, mostra o outro lado que ninguém conhece... mexe muito com nosso psicológico...”

B. – Profissional do Sexo do Jardim Itatinga

“Foi muito interessante, a gente sentiu na pele, é a realidade, né.... depois dessa peça a gente ficou mais atenta a muitas coisas, eu aprendi muita coisa, sinceramente, deu pra tirar bastante experiência. Mudou o sentimento, a maneira de agir, de falar... em poucos gestos a peça ensina muitas coisas.”

M. – Profissional do Sexo do Jardim Itatinga

Fotos do Espetáculo
















Fotos by João Roberto Simioni

Histórico do Espetáculo



Dia 24/04/2006
Ensaio Aberto no Centro Cultural Evolução em Campinas

Dia 07/08/2006
Estréia no Jardim Itatinga
(Zona Confinada de Campinas)

Dia 14/09/2006
Casa do Lago – Unicamp

Dia 05/11/2006
Congresso Brasileiro de Prevenção de DST/AIDS
Belo Horizonte - Minas Gerais


26 e 27/05/2007
Ninho das Artes (ACADEC)
I Semana de Visibilidade da Profissional de Sexo

31/08/2007
II Encontro Paulista de Teatro e AIDS - Jundiaí

26/09/2007
Festival de Teatro de Mogi Mirim

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Ficha Técnica




Criação e Atuação
Fabiana Fonseca

Texto
Profissionais do Sexo do Jd. Itatinga (Zona Confinada da cidade de Campinas)

Poesia
Graça Rosa

Diálogo Artístico
Lidiane Lobo, Simone Aranha e Verônica Fabrini


Trilha Sonora
Fabiana Fonseca e Pedro Feijão

Fotos
João Roberto Simioni

Operação de Som e Luz
Fábio Hirano

Produção
Fabiana Fonseca e Mariana Machitte

Parceria
Ong ACADEC
Ação Artística para Desenvolvimento Comunitário

domingo, 2 de setembro de 2007

Realise


Várias Mulheres Profissionais do Sexo e suas histórias. Uma encruzilhada. Vários Caminhos. A Mulher buscando encontrar-se consigo mesma, percorrendo os caminhos, redescobrindo a sua feminilidade e resignificando o seu olhar para o erotismo e para sua essência.

Eu quero ver a Rainha, apresenta de forma poética o resultado da pesquisa e de tudo o que pode ser vivido durante a convivência com Profissionais do Sexo de Campinas.

O trabalho teatral de Fabiana é o resultado de um desejo ardente de compartilhar com todas as mulheres a importância da descoberta delas prórias, da reflexão e da experiência de sua feminilidade e do desejo de ocupar o lugar a que elas tem direito, não somente em espaços peculiares da vida de cada um de nós, mas também para residir em um espaço onde ela possa estar aceita e refletida na sociedade.

espetáculo solo baseado em histórias de garotas de programa


Este espetáculo nasce de um desejo muito forte de pesquisar o corpo feminino e as diversas formas de lidar com suas vontades, medos, toques, dores e prazeres. O foco principal do trabalho voltou-se para a questão da sexualidade e do erotismo, pois isto traz discussões e ações de grande complexidade sobre as várias maneiras de lidar com toda a gama de sensações e sentimentos que estes temas provocam e se traduzem no corpo.
Diante disso, a pesquisa de campo se deu através do encontro com mulheres que têm como objeto de trabalho o seu próprio corpo e que têm, portanto, uma maneira que é ao mesmo tempo, complexa e simples, contraditória e objetiva, de olhar para a sexualidade e o erotismo. E, uma pergunta que me instigava era:
Como o feminino é visto por estas mulheres? Qual é a visão que elas possuem de sua feminilidade? Como se vêem enquanto mulher?
Fui pesquisar então, o Jardim Itatinga, uma zona de prostituição da cidade de Campinas. Não sabia como seriam as reações das mulheres e, tampouco, qual a melhor maneira de iniciar uma troca com elas.
Resolvi dizer, simplesmente, que era artistas e que estava pensando em fazer um espetáculo sobre a sexualidade da mulher e que, por isso, era importantíssimo ouvir o que tinham a dizer.
Durante o ano de 2005, várias visitas foram realizadas ao Bairro Itatinga e, com isso, conversei com diversas garotas, de diferentes idades, algumas permitiram que a conversa fosse gravada, outras não.
Construi, com algumas delas, laços afetivos muito fortes através das histórias que ouvia e que por vezes, contava.
E, foram as sensações e pensamentos, os gestos, as danças e as músicas destes encontros o material em que foi baseada todas as improvisações e construções de cena do espetáculo.
Durante a criação das cenas, através deste grande mergulho dentro do universo das mulheres que vivem da prostituição, me deparei com muitas questões e com diversos preconceitos, não só com relação a essas mulheres, mas também de todas as mulheres com a sua sexualidade, seu corpo, seu papel na sociedade e da falta de sentido e significado das ações da mulher em sua vida pessoal, profissional, política.
Percebi uma falta de reflexão das próprias mulheres diante do seu potencial criativo e expressivo, dos papéis que ocupa e de sua verdadeira ação e interferência na construção da sua própria história.
Este espetáculo busca, de uma forma poética, comunicar as descobertas e tudo o que foi vivido através da convivência com as garotas durante a pesquisa de campo.
Deseja compartilhar ardentemente com todas as mulheres, a importância de se descobrir, refletir e vivenciar a feminilidade e torce para que este assunto ocupe um espaço merecido, não só dentro da esfera particular da vida de cada um de nós, mas também que ocupe um espaço que seja acolhido e refletido por
toda a sociedade.